Uma greve pelo interesse nacional

Uma greve pelo interesse nacional

 

A situação que Portugal atravessa não é motivo para nos alhearmos do direito à crítica, nem de todos os outros direitos e deveres que a constituição portuguesa prevê. Sobretudo quando o que está em causa é o interesse nacional, pela perda de receitas em exportações e  pela possível perda de soberania na gestão do espaço aéreo nacional, caso o Estado português não faça as diligências políticas necessárias e atempadamente no âmbito da negociação do Céu Único Europeu. Já basta o que aconteceu às nossas pescas e à nossa agricultura, vendidas ao desbarato a uma União Europeia que está agora falida e que evidencia não ter soluções para esta crise, que não o esmagamento das classes médias.

Os trabalhadores da NAV Portugal desde há um ano e meio que andam a chamar a atenção dos decisores políticos nacionais para a gravíssima situação que se vive no sector. Mas estes, por razões que a razão desconhece, têm ignorado esta realidade, pondo em perigo um sector económico fundamental e que, paralelamente ao do MAR, é, talvez, um dos mais estratégicos para Portugal. Dois factos que ilustram a importância do sector:

– A NAV Portugal é a empresa responsável pela gestão do espaço aéreo nacional que compreende uma área aproximada de 6 milhões de Km2 (cerca de 60 vezes o território nacional, ou seja, o equivalente a uma área superior à da totalidade dos países da UE). Trata-se do maior espaço aéreo a nível Europeu e um dos maiores a nível mundial.

– 85% das receitas da NAV são exportações, dado serem provenientes de companhias estrangeiras que cruzam o nosso espaço aéreo.

Vale a pena, por estes e outros importantes factos, conhecer neste sítio os motivos pelos quais os trabalhadores da NAV vão voltar à greve nos dias 11, 17, 18, 24 e 25 de Maio (das 7h00 às 9h00, das 14h00 às 16h00 e das 21h00 às 23h00, hora do Continente e da Madeira).